Encontra-se aberta ao público, no Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, na Fortaleza de Peniche, a primeira exposição internacional naquele museu dedicada a Aristides de Sousa Mendes.
Intitulada “Candelabro – Aristides de Sousa Mendes: o exílio da vida“, abriu no dia 27 de Abril, data simbólica da libertação, em 1974, dos presos políticos da antiga cadeia na Fortaleza de Peniche.
Da exposição faz parte uma vídeo-escultura, obra contemporânea de grande porte que interpreta o dilema de Aristides de Sousa Mendes nos dias anteriores à decisão que salvaria milhares de vidas do terror nazi.
A peça é de autoria de Werner Klotz, artista residente em Berlim que se tem notabilizado no domínio da arte pública.
Numa parceria entre a DGPC, a Fundação Sousa Mendes, de Nova Iorque e o Comité Sousa Mendes, de Bordéus, a exposição constitui-se como uma “homenagem em torno do justo reconhecimento de um resistente e de um herói” e “uma evocação do legado” de Aristides de Sousa Mendes.
A mostra resulta do envolvimento de cinco países, a saber, Portugal, França, Alemanha, Estados Unidos da América e Canadá.
Em 1940, em plena II Guerra Mundial, Aristides de Sousa Mendes, cônsul português em Bordéus, “perante o desespero dos refugiados que fugiam do avanço das tropas alemãs, decidiu agir de acordo com a sua consciência e valores, desobedecendo às ordens que recebera do governo de Salazar e assinando milhares de vistos para Portugal”.
Aristides de Sousa Mendes foi proscrito até à morte pelo regime fascista. A grandeza do seu gesto seria reconhecida pelo Estado Português em 1988, ao ilibar a sua memória e repor o seu estatuto de diplomata. A 03 de abril de 2017, dia do aniversário da sua morte, Portugal atribui a Aristides de Sousa Mendes a Grã Cruz da Ordem da Liberdade. Mais recentemente, em junho de 2020, o Parlamento votou por unanimidade que lhe sejam concedidas honras de Panteão Nacional.